sábado, 2 de março de 2013

Vale do Rio Jordão

O Rio Jordão nasce da confluência de diversos rios que descem o monte Hermon, no Líbano, e formam o Mar da Galiléia, de água doce. Depois, continua a correr no sentido sul, traçando a fronteira entre Jordânia e Israel até desaguar no Mar Morto, sendo que parte das terras do lado ocidental de seu leito forma a Cisjordânia, área controlada pelo governo israelense e reivindicada pelos palestinos para criar ali o seu próprio país. É uma das regiões mais turbulentas do Oriente Médio. Por isso, pouco visitada por turistas. Uma pena, pois entre outros tesouros está Jericó, cidade cuja idade está estimada em 11 mil anos.
O Vale do Rio Jordão é um dos locais de mais antiga ocupação humana. As águas perenes, algo  raro na região, são os principais fatores que garantiram a viabilidade da agricultura e a conseqüente formação de cidades. Foi de cima do Monte Nebo, de onde se vê todo o vale, que Moisés teria avistado a Terra Prometida, berço da religião judaica e, posteriormente, das religiões cristã e muçulmana.
Somente em torno do percurso do Rio Jordão, que tem cerca de 250 km, há centenas de sítios históricos de grande importância religiosa. Muita coisa ali ainda está para ser descoberta. Para os cristãos, o lugar de maior importância é o trecho do rio em que se acredita ter ocorrido o batismo de Jesus Cristo. Por estar em uma região de fronteira, com forte presença militar, o local só foi liberado pelo governo jordaniano para visitação a partir de 2000.
O caminho estreito que leva ao lugar do batismo não oferece grandes surpresas. A construção mais proeminente é a de uma igreja ortodoxa, que permanece fechada aos turistas. O rio é estreito e barrento – lembra mais um córrego do que propriamente um rio. Mas a visita vale pelo clima de misticismo e contemplação, pela sensação de  estar pisando em um lugar sagrado, que exala história e inspira a imaginação. É uma experiência única, misto de singeleza e grandiosidade espiritual que parece tomar conta da alma.
Parte da história do Vale do Rio Jordão e da região do Mar Morto pode ser recuperada em passagens da Bíblia e também em um mosaico construído por volta do ano 562 no chão da bela igreja ortodoxa da cidade de Madaba, encravada nas montanhas próximas ao Monte Nebo. É uma pena que grande parte do mosaico tenha sido destruída, mas o que dele restou ajuda a entender quais eram os locais religiosos de maior importância na época.
Madaba merece uma visita também por sua relevância histórica. Fundada há cerca de 3.500 anos, é conhecida como a cidade dos mosaicos, herança da dominação bizantina. Sofreu um terremoto que destruiu a maioria das construções no ano de 747  e permaneceu desabitada por cerca de 1.100 anos, até a década de 1880, quando uma comunidade de cristãos expulsos de Karak refundou a cidade.

2 comentários:

  1. Muito legal ! conheço a região.
    Conheço o Estado de Israel, províncias da Galiléia, Samaria e Judaica.
    Parabéns pela narrativa histórica.

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